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#45: Energia em Foco - Resumo Semanal (06/11/2025)

Neste episódio, mergulhamos nas movimentações mais recentes que estão redefinindo a infraestrutura e a matriz energética do Brasil, abordando a expansão da demanda, o boom das renováveis e os desafios cruciais de transmissão e regulação.

Expansão da Infraestrutura Digital e Demanda Crescente A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a conexão da unidade SP04_A da Odata em Santana de Parnaíba (SP) ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Este é o terceiro data center da empresa no estado, um tipo de empreendimento que opera no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e que exige infraestrutura energética robusta. Projetos como este são vitais, pois a demanda dos data centers pode atingir até 13% do consumo nacional de energia até 2035.

O Boom das Renováveis e Desempenho Operacional O setor de geração centralizada celebra novas liberações. A Atlas Renewable Energy iniciou a operação comercial de 369 MW em usinas solares em Minas Gerais, abrangendo os Complexos Draco Solar (em Arinos) e Boa Sorte (em Paracatu). Minas Gerais, impulsionada por alta irradiação e um ambiente regulatório favorável, é líder em geração solar centralizada.

O desempenho operacional das renováveis é monitorado de perto: em setembro de 2025, o Brasil somava 35,9 GW em usinas solares e 20,6 GW em eólicas. Em destaque, a solar Sobrado 1, da Proton Energy, alcançou um Fator de Capacidade (FC) de 36,16%, enquanto a eólica Testa Branca I, da Serena Energia, atingiu um FC excepcional de 86,22%.

O Desafio da Transmissão e o Armazenamento de Energia Apesar do crescimento da geração, a malha de transmissão sofre com a saturação. O governo federal está estruturando um ciclo de expansão ambicioso, com investimentos de R$ 66,5 bilhões até 2027 para licitar mais de 30 mil quilômetros de novas linhas.

O gargalo se manifesta no fenômeno do curtailment (cortes na geração por limitação da rede). As perdas por restrições operativas somaram 4,6 milhões de MWh em setembro. Para mitigar esse desperdício de energia limpa, a CGN Brasil iniciou testes com diferentes modelos de baterias (incluindo lítio-ferro-fosfato - LFP), buscando compensar até 20% da energia perdida em projetos no Nordeste.

O Cenário Regulatório da MP 1212/2024 A Medida Provisória 1212 trouxe alívio, estendendo por 36 meses o prazo para início da operação comercial de usinas com direito ao desconto na TUST/TUSD. A MP contemplou 2.027 projetos interessados, totalizando 68,3 GW em solares e 18,5 GW em eólicas. Contudo, apenas 663 projetos foram deferidos (32,7% de aprovação). 

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